sexta-feira, 4 de agosto de 2017

MEMÓRIAS AFETIVAS COMPARTILHADAS EM GRUPO

Por Theodora M. Mendes de Almeida

Antes do início das férias, fizemos um convite às famílias de nossos alunos para explorarem juntos a nossa cidade, suas opções culturais e de lazer, com um olhar mais atento, buscando apreender um pouco mais a fundo essas experiências.

Fizemos referência aos projetos e procuramos indicar lugares e eventos que aconteceriam na cidade no mês de julho, como forma de ampliar as possibilidades de aprendizagem e diversão mesmo nos momentos de lazer. Para quem não fosse viajar, a cidade seria ainda um lugar interessantíssimo a desvendar.


O “ócio criativo”, trazido pelo sociólogo Domênico de Masi, complementa a ideia de valorizar o momento de lazer “como uma proposta que visa unir atividades como trabalho, tempo livre e estudo, ou seja, ele é alcançado quando trabalhamos, nos divertimos e aprendemos ao mesmo tempo. A intenção desta mescla é que a criatividade seja mais presente com menos trabalho e mais tempo livre e, assim, nosso tempo seria mais bem aproveitado”.

Se pensarmos em nossas próprias memórias, afetivas acabamos seguindo dois caminhos: ou oferecer aquilo que nossos pais nos ofereceram como forma de garantir experiências prazerosas ou, ao contrário, fazer diferente, no caso de não termos tido boas experiências.

A psicóloga Talita Pryngler fala muito bem sobre isto no blog do site Boraaí:
“Mas para além das dicas de lugares e programas legais queríamos também pensar um pouco mais a fundo sobre o que estamos oferecendo às crianças

Além das vivências e memórias estamos também conduzindo o início das referências culturais das nossas crianças que na maioria das vezes revela a nossa visão de infância, e porque não dizer do mundo. Não que estas escolhas sejam sempre tão conscientes e coerentes, mas elas apontam para algumas direções. Elas falam sobre nossas preferências, nossos desagrados e, principalmente, conversam com a criança que fomos e que ainda permanece viva quando brincamos, ouvimos histórias, assistimos a uma peça ou vivenciamos uma instalação. O brincar e a arte ocupam um lugar de muita importância na vida, porque são espaços de potência e criação, entre nós e de cada um, ao mesmo tempo.”

Antigamente, no retorno às aulas, a tradicional proposta feita aos alunos era: escreva uma redação para contar sobre suas férias. Agora, ao retornarem para a escola, nossa proposta é a de compartilharem em gostosas conversas as experiências, encontrando semelhanças e diferenças interessantes nas vivências de cada um, reconhecendo a diversidade das escolhas e preferências.

Os alunos do Grupo 5 e do 1º Ano levaram o diário de férias e os mais velhos tiveram que registrar o que mais lhes chamou a atenção para compartilharem com os colegas, por meio da escrita e de fotos.



Verificamos nas conversas que muitas das sugestões feitas pela escola foram acatadas pelas famílias e outros lugares interessantes foram revisitados:


- Parque Villa Lobos
- Museu Catavento
- Avenida Paulista e MASP
- Japan House
- SESC
- Instituto Butantã
- Pinacoteca
- Rua 25 de Março
- Arena Corinthians
- Passeio de metrô
- Museu Histórico da Imigração Japonesa
- Mercado Municipal
- Beco do Batman
- Mercado da Lapa
- Museu de Geociência
- Museu de Oceanografia
- Feira do Leste Europeu
- Instituto Tomie Otake
- Ibirapuera
- Parque da Luz
- Centro Velho
- Teatro Municipal
- Vila Itororó
    



Esperamos, assim, ter contribuído com todos para a construção das melhores memórias afetivas.

Acreditamos que todas estas vivências farão ainda mais sentido para os alunos ao relacionarem estas experiências e conhecimentos vividos fora da escola com os estudos e conteúdos propostos em sala de aula.

A finalização do Projeto de cada série será apresentada na exposição deste ano, quando identificaremos as contribuições de muitos povos para nossa formação cultural e na vida da nossa cidade.

Um comentário:

  1. Foi um trabalho quase diario muito gostoso de fazer jinto com a Helena. Perguntava pra ela o que ela maos gostou de fazer no dia e muitas vezes a resposta, inesperada, mostrou a capacidade que ela ja tem de enxergar o mundo com seus próprios olhos 💙

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