quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Importância do Silêncio

Por: Claudia Cosceli e Pedro Mancini

Com a constante e frequente agitação do mundo moderno, estamos cada vez mais obrigados a fruir o tempo de maneira rápida e descontrolada. Cada mês, cada dia e cada segundo ficam mais curtos em nossa percepção, cada vez mais estimulada pelas tecnologias atuais.

As chances de parada e de aquietação são cada dia mais raras e nos vemos obrigados a entrar nesse turbilhão. Desacostumados a lidar com momentos de reflexão descolados das exigências eufóricas do dia a dia, nos incomodamos com a suposta paz do silêncio e da imobilidade. Desacostumamo-nos da tranquilidade. 

Uma maneira muito eficaz para amenizar a aceleração que nos é imposta é reconstruirmos uma boa relação com o silêncio mediante algum treinamento, permitindo-nos uma conexão com nosso interior – tão negligenciado por uma rotina de tarefas sonoramente atropelantes. O silêncio nos permite vasculhar percepções aguçadas das nossas emoções, sensações corporais e fluxo de pensamentos, permitindo acalmar o turbilhão de pensamentos que constante e desorganizadamente invade nossa mente.

Temos que proporcionar ambientes propícios para que o silêncio possa se manifestar dentro de nós, com pequenas atitudes dentro de casa, como desligar a televisão, o rádio e falar baixo.


As crianças acabam vivendo no meio dessa aceleração e a cada dia são mais e mais estimuladas a viver nesse tempo frenético e barulhento, que também as torna agitadas e dispersas. O problema se acentua no Ensino Médio, onde muitos jovens, já tendo desenvolvido grande ansiedade na infância, ainda lidam com inúmeras pressões: puberdade, vida social, desempenho escolar satisfatório, necessidade crescente por autonomia e um horizonte universitário e profissional em aberto atuam como fantasmas que, ao assustar nosso inconsciente, põem em desespero os pensamentos joviais, acarretando uma onda de emoções afloradas que os afastam mais ainda do silêncio e de uma tão procurada “paz interior”.

 

No Hugo Sarmento, buscamos fornecer chances de os alunos experimentarem suas sensações e vivenciarem o silêncio da autoconsciência nas aulas complementares de Yoga e, sempre que possível, mediante técnicas de Yoga e de meditação em sala de aula. Com atividades que proporcionam a percepção dos benefícios dessas maravilhosas técnicas, os alunos podem ouvir sua respiração dentro do corpo ou, ainda, as batidas de seu coração, proporcionando uma profunda percepção de seu corpo e uma forte concentração mental. 


Também desenvolvemos exercícios lúdicos com os olhos fechados e em silêncio, movimentando o corpo  guiados por outro aluno, utilizando apenas a comunicação do tato. Desse modo, percebem que podem movimentar o corpo mesmo no silêncio – e, que tal atividade, além de relaxante, pode ser muito divertida e prazerosa.


No caso do Ensino Médio, a ênfase está em garantir momentos de silêncio e paz mental pelo exercício da meditação conhecida como “Anapana”, focada na plena atenção à respiração: como o ar entra e sai pelas narinas, qual o ritmo da respiração no momento da meditação, e nada mais. Com isso, a atenção é temporariamente desviada da “tempestade mental” que os atormenta para direcionar-se à própria verdade de seus corpos, contribuindo para o desenvolvimento do autoconhecimento. Essas aulas de meditação guiadas ocorrem nos horários referentes às aulas de tutoria do Ensino Médio. 


Portanto, colabore com a paz mental que valorizamos por aqui: estimule o silêncio em você, no seu lar e no mundo. 

Bom silêncio a todos!!!!